Cada pessoa na rua
segue o seu caminho. Vive cada dia dentro do seu próprio contexto. Sintetiza
sua vida utilizando uma série de teses que explicam o seu nada e o seu tudo.
Cada passo dado em uma calçada qualquer em alguma rua carrega uma história, um
peso que apenas as solas entendem. Partindo de finais, chegamos aos inícios e
entendemos os motivos. Olhar para os outros enquanto se trilha rumo a um
destino não só se trata do ato cru em si, mas rostos são fotografados, vidas
são rapidamente cruzadas e vivências tão distantes similares por algum momento
em algum ponto. Nunca se trata de um estranho, se trata talvez de alguém estranho
a si mesmo. Cotidianos paralelos e tão tortos entre si. Sentimentos semelhantes
aplicados de maneiras tão diferentes. Parece que uma simples volta na rua conta
mais que uma novela, por incrível que pareça.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
domingo, 1 de junho de 2014
As coisas não mudam. Nada muda. Nada anda. As coisas se
mantêm sempre no mesmo ritmo, sempre no mesmo lugar. Nós que mudamos. E não
mudamos as coisas, mudamos a nós mesmos. Nosso jeito de encarar tudo e todos.
Como gastamos o tempo, como administramos as circunstâncias. Não se trata de
sorte nem azar, se trata de abaixar ou não a cabeça e encarar tudo da mesma
forma. As letras não se movem em um livro, mas o mesmo livro é um livro
diferente a cada leitura e a cada leitor. Se o tempo voa, é porque os momentos
são desperdiçados. Não se aproveita a brisa, se fecha a janela. Não se olha pra
lua, se fecha a porta e tranca o cadeado. Nós somos o nosso mundo. Nossas ideias,
nossos ideais. Nós somos o que nós construímos. A mudança se encontra na ponta
da caneta, no olhar, na respiração. Dificuldades não se constroem, nós as construímos
e ainda mais, construímos um muro. Derrubar o muro é tão simples quanto
aumentá-lo. Bastam ferramentas. Não guardemos as ferramentas no bolso.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Quero
Não quero escrever. Não quero dizer nada que eu já não tenha
dito. Eu quero saber o que dizer sem ter que dizer. Quero poder olhar pra uma
foto minha e dizer que eu sou quem eu um dia sonhei. Eu gostaria de um dia ter
sonhado em ser alguma coisa que hoje eu sou. Eu não quero sentir medo nem
dúvida, eu quero pé no chão e respostas. Eu não quero amar, quero ser amado e
retribuir. Eu quero ser sincero sem esperar nada em troca. Eu quero ter algo em
troca sem querer, por descuido. Eu quero ver feliz quem eu quero feliz. Eu
quero.
Pode ser que eu tente de novo, ou que eu desista e tente
algo diferente. Pode ser que eu sinta pena ou arrependimento. Eu quero fazer
pra não fazer de novo. Quero errar pra não cometer o erro. Quero aprender.
Quero ensinar. Quero ser ninguém. Quero ser como todo mundo. Quero dizer não.
Quero dizer sim pra quem me diz sim e não pra quem não me diz nada. Sou o que
eu não sei. Quero saber. Quero ter todo dia um sorriso diferente. Quero todo
dia ver um sorriso de um mesmo alguém. Quero todo dia um dia a mais. Quero ler
livros. Quero escrever. Não quero me contradizer. Quero, em cada tristeza ou
cada alegria, uma vírgula. Não quero pontos finais. Quero diferença. Quero
igualdade. Quero mais. Quero de menos.
O que eu quero? Não quero nada. Mas quero tudo. Quero um
pouquinho mais de música no meu silêncio. Um pouco mais de calma no café que eu
tomo toda manhã. Quero menos peso nos meus ombros. Quero mais bocas sorrindo do
que olhos entreabertos. Quero fazer o que eu quero, sem que o que eu quero seja
motivo pra definir o que eu faço. Quero um pouco menos de mais e um pouco mais
de menos. Apenas, quero.
Assinar:
Postagens (Atom)